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ESCOLA ESTADUAL MÁRIO SPINELLI

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Você tem dúvidas com relação ao ENEM?


  Atendendo a pedidos estou postando 10 dicas para que sua redação não seja desclassificada no ENEM.
As dicas foram extraídas da Revista Língua Especial – Redação – www.revistalingua.com.brVocê tem dúvidas com relação ao ENEM?
Os 10 pecados da redação:



    1.FUGA DO TEMA
    Fugir do tema estabelecido pela prova pode invalidar o texto. Por exemplo, a proposta soliocita uma redação sobre o trabalho infantil, mas a redação trata de menores abandonados. Certamente a nota será “zero”. No manual do candidato da FUVEST 2011, há a informação clara de que a fuga completa ao tema anula a redação. Para ilustrar esse “pecado capital” cometido por muitos candidatos, o trecho a seguir serve de alerta:

“Desde a colonização os animais estiveram ao lado da população, sendo utilizado como tração em transporte inicialmente na cana de açúcar e depois da mineração para o litoral do país, ao mesmo tempo serviu para a diversão como em touradas ou rinhas de galos, o que é mais comum no Brasil”

A proposta exigia uma dissertação sobre o uso de animais em experimentos científicos, mas o candidato dissertou sobre a utilização dos animais no trabalho e em ambientes de entretenimento. 


2.USO DE GÍRIAS FORA DO CONTEXTO


As gírias são um meio de expressão perfeitamente aceitável em conversas informais, como as que mantemos no dia a dia com nossos amigos e colegas. Elas também podem aparecer em textos narrativos, principalmente nos diálogos travados entre alguns personagens. Entretanto, numa dissertação, em artigos de opinião ou numa carta argumentativa o uso de gírias é inadequado, uma vez que esses gêneros pressupõe uma língua elaborada em contextos formais. Além disso, e sobretudo no contexto de uma dissertação, as gírias podem causar algum “dano”, como ilustra a passagem abaixo:

“As pessoas que fazem uso de drogas, a maioria delas é gente da pesada, não se importando com quem está passando. Tem até tiozinho curtindo seu barato na frente das crianças. Esta na hora das autoridades olharem para essa questão, pois se continuar como está, não sabemos como vai acabar.”



    3.O PONTO FINAL DO GÊNERO

Adotar um gênero diferente do solicitado pela prova implica na nota zero. Assim, para evitar que esses esforços resultem nulos, leia com bastante atenção a proposta, pois de nada adianta escrever um texto impecável do ponto de vista gramatical se ele não atende ao tipo do texto solicitado.

“Quando pensamos na palavra 'fronteira' é quase inevitável relacioná-la ao limite geográfico de uma região. Porém, se analisarmos esse termo com mais cautela, veremos que ele possui um significado muito mais amplo do que apenas o de 'divisa'.”

a proposta solicitava uma narração sobre personagens que se deslocariam de um país a outro em função dos movimentos migratórios, mas o candidato fez uma exposição de idéias dissertando sobre o tema.


    4. LINGUAGEM PROLIXA

Há uma história segundo a qual um ladrão teria entrado na casa de Rui Barbosa para roubar-lhe uns patos. O famoso jurista teria assim revidado:

“Se é para zombares de minha elevada prosopopéia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei a quinquagésima potência que vulgo denomino nada.”

não sabemos se é verdade, mas se Rui Barbosa proferiu essas palavras, certamente não foi compreendido. A anedota, porém, ilustra que casos semelhantes a esses não podem ocorrer no vestibular, momento em que os candidatos devem evitar a sofisticação artificial da linguagem escrita. Segundo orientações da UNICAMP, o grau de formalidade exigido pela banca numa dissertação deve ser compatível com a linguagem de alguém que concluiu o ensino médio. Para não cair em armadilhas evite se expressar como o autor do texto a seguir, reprovado no vestibular da UFRJ de 2009:

“A sociedade do mundo moderno – oriunda da inolvidável dispersão cultural – vem sofrendo um fenômeno peculiar: a convergência de costumes e pensamentos. Alguns não concordam com a trajetória retilínea da sociedade (...)”.


    5. CLICHÊS E FRASES FEITAS



“Ver o mundo diferente não só não deve ser considerado anormal, como deve ser agradecido. Se o normal que vivemos como sociedade é a chave para a felicidade, há um paradoxo quanto à incapacidade de muitos de enxergarem alguma felecidade em si.”




    6. DESLIZES DE PORTUGUÊS

Em qualquer prova de redação, espera-se que o candidato demonstre capacidade de mobilizar conhecimentos e opiniões, argumentar coerentemente e expressar-se de modo claro, correto e adequado. Expressões como “para mim comprar” ou erros de concordância verbal podem ser fatais. Observe, no exemplo a seguir, que a frase “não seriam encontradas” estabelece uma concordância verbal indevida com a palavra “cura”. A frase correta seria: “a cura para as doenças não seria encontrada”.

É difícil de se aceitar ideia de que animais morrem para que possamos viver, mas é assim que a coisa funciona. Se não fossem por eles, muitas pesquisas iriam ser canceladas, consequentemente, a cura para doenças não seriam encontradas e muitas pessoas morreriam.” 

7.A REPETIÇÃO DE PALAVRAS PRÓXIMAS



Um dos problemas que mais causam impressão desagradável em quem lê um texto é a repetição insistente de uma mesma palavra em lugares próximos, o que pode sugerir pobreza de vocabulário por parte do candidato. Para não escrever o mesmo termo várias vezes, use sinônimos. No exemplo a seguir, extraído de uma redação do vestibular da UFRGS de 2009, o candidato usa “preocupante” na mesma linha em que escreve “preocupação”. Repete também o pronome demonstrativo “dessa” em “dessa maioria” e “dessa realidade”.

“Segundo dados do IBGE a grande maioria da população sul-rio-grandense tem acesso à água encanada, a energia elétrica, a educação e a coleta de lixo. O problema mais preocupante é a falta de preocupação, dessa maioria para com o restante da sociedade, que vive à margem dessa realidade de qualidade de vida, precisando se submeter a moradias insalubres nas periferias dos grandes centros urbanos, sujeitas, muitas vezes, a alagamentos, a deslizamentos de terra e a inúmeros tipos de doenças.”

No texto também se evidência um problema de eco com a reiteração dos sufixos -dade em “sociedade”, “realidade” e “qualidade”. Observe também a reiteração do sufixo -mento nas palavras “alagamentos” e “deslizamentos”.


    8. RACIOCÍNIOS EMARANHADOS

No que se refere á coesão, a banca examinadora da FUVEST, por exemplo, considera como fato negativo o estabelecimento de relações semânticas impróprias entre palavras e expressões, assim como o uso inadequado de conectivos. A redação a seguir, reprovada no vestibular, ilustra bem como um texto desarticulado prejudica a compreensão do todo. Observe a conjunção “enquanto”, nas duas ocorrências em que aparece, esta empregada de modo inadequado.

    O cinema, enquanto veículo da mídia e meio de comunicação, é um fórum social de relevância incomparável. Em seus múltiplos aspectos, o cinema abarca e trabalha diversas dimensões da vida humana, o que se refere em seus papéis enquanto forma de entretenimento objeto de concepção e expressão artística, sua atuação formativa e doutrinadora sociocultural e mesmo psicológica.”
No caso,o correto seria usar o conectivo “como”.
Na primeira frase, teríamos “o cinema, como veículo de mídia e meio de comunicação”, e na segunda,”o que se revela em seus aspectos como forma de entretenimento”.É importante lembrar que a conjução “enquanto” só deve ser utilizada em frases que denotam simultaneidade :''enquanto o professor ensinava , o aluno lia um livro”



    9.FALTA DE ARTICULAÇÃO

A coerência relaciona-se à coesão e também diz respeito a clareza de raciocínio. Um texto incoerente reflete a incapacidade de interligar argumentos e organizá-los de forma a deles extrair conclusões apropriadas. No exemplo a seguir, o candidato precipita-se usando a conjunção ''portanto'' no primeiro parágrafo estabelecendo uma relação inadequada entre as idéias. Observe que a oração ''grande parte da verba que é destinada para esse fim'' não decorre da precariedade da saúde pública no Brasil. 
 
“A saúde pública no Brasil é precária, portanto, o dinheiro que é destinado para esse fim acaba tomando um caminho diferente, e isso acaba prejudicando as pessoas que não têm condições de arcar com as despesas de convenio ou com médicos particulares.”


    10.AMONTOADO DE INFORMAÇÕES


    O candidato não pode sair escrevendo tudo o que lhe vem à cabeça só porque estudou bastante e encontrou na redação uma oportunidade para mostrar tudo o que aprendeu. Numa prova dessa natureza deve-se fazer um plano de texto selecionando as informações pertinentes ao tema proposto e interligando-as adequadamente. Observe, no exemplo abaixo ,como o excesso de informações prejudica a clareza do texto.
    Hoje, quando no seio de uma família numerosa há um jovem que, por falta de certa vivacidade de espirito e de outros predicados naturais, ou dos que se adquirem pelo esforço e pelo trabalho, não pode obter os meios de subsistência, e menos ainda de obter qualquer colocação saliente, ou um ancião, vencido na vida, para quem a fortuna não foi caridosa nas profissões que tentou, sem disposição para o exercício de qualquer trabalho conhecido e lícito...”