título

ESCOLA ESTADUAL MÁRIO SPINELLI

terça-feira, 10 de maio de 2011

DROGAS: A ALEGRIA DA FALSA FELICIDADE

Alguns assuntos parecem ser fáceis de falar, Drogas, por exemplo, entra ano e sai ano sempre está sendo debatidas nas salas de aula e visados em novelas, jornais entre outros meios de comunicação.

Quem lhe disse que precisa ser assim.
Apesar dos dados mostrados hoje assustarem como, por exemplo, mais de 70% dos alunos das oitava series das capitais brasileiras disseram ter experimentado bebidas alcoólicas (jovens entre 13 e 15 anos), mais de 8% já haviam experimentado algum tipo de droga como maconha, cocaína, ecstasy, cola de sapateiro, acetona entre outras. Talvez esses 8% não sejam muito, mas pense em 8% de um pouco mais de 600.000 entrevistados, então milhares de jovens experimentaram e alguns usam. Eu ainda mantenho uma visão diferente, porém não se assuste, pois se lembre que adolescentes gostam de viver perigosamente, já que estão saindo de suas respectivas vidas de “crianças”. E mais uma vez “não se espantem” digo isso, porque agora como adulta aprendi a dar valor em um montão de coisas, mesmo que cada caso seja um caso viso à situação essa é a mesma para todos os adolescentes de uma forma ou de outra todos vivem a mil e como não foi diferente, nem com você e nem com seu filho(s) ou futuro filho(s).
É complicado falar algo sobre os adolescentes, lembro que meus pais eram linha dura, mesmo tendo sido criada em um sistema mais liberal, e assim como muitos também tinha medo de sair da linha porque tinha um pouco da rigidez comum a suas respectivas criações, lembro também do quanto eles trabalhavam e nem paravam muito para conversar comigo e minha irmã e assim como os pais de hoje davam presentinho e vinham com a historia que muitos pais falam hoje de trabalho tanto assim para ti dar o melhor, no fim meus pais se esqueceram que era a presença deles que nós duas queríamos.
Era angustiante sentir e não ter com quem falar, eu poderia até ter meus amigos e às vezes eles até compreendiam-me mais que meus pais, NÃO! MENTIRA! eles só davam mais atenção o que não diferiria dos adolescentes de hoje, mais era deles meus pais que eu queria a aprovação do que eu sentia, fazia ou deixava de fazer. Era também angustiante perceber essa sensação, sabe o que não tornou pior?
Os passeios da casa da avó, nossa eram “OS PASSEIOS” e sabe por que eles eram os melhores?
Divertir-se nos Passeios da casa dá avó era um pedacinho de vida.
mples eram simples esses passeios, pois lá eu encontrava meus primos, as brincadeiras e vivia como uma criança deve viver “divertindo-se”, brincávamos de tudo um pouco desde futebol no campinho improvisado, contávamos historias de terror nas casas abandonadas próximo aos trilhos do trem, tinha também outras brincadeiras como Betes, Mamãe da Rua, Elefantinho Colorido entre outras brincadeiras que no fazia sorrir e se divertir.
Hoje são poucas as crianças que se divertem assim, no máximo sabem jogar bola, mas é aquela coisa mecanizada sem diversão, diversão essa que os próprios pais roubaram ao dar os presentinhos modernos que isolam seus filhos em quartos com computadores, celulares, vídeo games entre outras parafernálias que tiram o contato de pele a pele o desvalorizando... “Hoje eu quero ficar... Namorar pra que?”, essa é a diversão dos nossos jovens de hoje que desaprenderam a sentir.
Culpa de Quem?
Dos pais? Do Governo Corrupto? Do Sistema Selvagem? Da Escola?
Enfim um conjunto desestruturado ao qual chamamos de Sociedade é dela a culpa e faço minhas as palavras do personagem de Sant Exupéry o pequeno príncipe que disse: “Pessoas grandes são estranhas”, porem você deve estar se perguntando o que isso tudo tem haver com drogas?
Tem tudo, nosso governo da má distribuição da pizza de todo santo mês que só faz oferecer pão e circo como os antigos romanos, o que nos difere é que os gladiadores usam chuteiras para proteger a sua pátria enquanto o povo come o santo pão (qualquer coisa que se possa engolir com a cervejinha do final de semana) enquanto discuti o futebol na telinha. São esses os valores deixados por esse governo deslumbrante de idéias originais.
Desabafo dizendo que somos consumistas incondicionais de tudo qualquer porcaria que apareça e pareçam ser bons, menos os verdadeiros valores que deveria ser aqueles que estão na bandeira dos franceses: Fraternidade, Igualdade e Liberdade. Valores esses que reapresento a todos.
Não há nada mais seguro que o abraço de uma vó.
Fraternidade era sentar em uma mesa com aproximadamente 10 crianças e dividir os pasteizinhos da feira que o avô trazia, e conversávamos enquanto devorávamos o delicioso café da manhã discutindo quem jogaria no time de quem para evitar os brigões e brigonas de plantão (normalmente irmãos que brigavam muito, mas quando um se machucava era a choradeira do outro, pois o amor fraterno era tudo).
Igualdade era o que minha avó senhora tão amada ensinava aos netos dês dos pedacinhos de pasteis até as balinhas, uma para cada ao qual surgia um “bença vó” acompanhado de um abraço carinhoso que nenhum neto jamais esqueceu.
Liberdade era a imaginação fértil e dançante das rodas de cantiga, do sorriso livre enquanto corríamos de um lado para o outro brincando de Betes ou fazendo cara de medo e espanto ao escutar as historias de terror. A Liberdade também podia ser vista no abraço confortante do grupinho para aquele que sofria e nós chorávamos juntos, tanto quanto riamos das trapalhadas do desastrado (a) que aprontava os rolos que deveras sempre acabava em uma confusão gostosa e sadia a qual riamos sem aquela coisa ofensiva, nós riamos de graça e felicidade.
Agora o que é que isso tem haver com drogas?
A liberdade é algo menor do que parece.
Nada, pois são valores que fazem a vida ser simplesmente vida, nos faz apreciar cada minuto do maior presente divino que conhecemos como “VIDA”. Quem valoriza a vida como as crianças e a vive livre de conceitos e busca o tempo todo a felicidade assim como a dar utilidade em tudo formulando os valores que deveriam ser verdadeiramente valorizados pelas “Pessoas Grandes”.
Mas lembro que só a falta de valores não faz o usuário, a pergunta é: “então o que faz um usuário?”
 Contando-se que somos seres humanos e o estado de espírito conta muito, principalmente quando não conseguimos mudar (para alguns evoluir, só queria saber para que “pessoas grandes”?) e a adolescência é sem duvida nenhuma o momento mais complexo da vida já que ele vive aquela situaçãozinha chata de “O mundo me odeia e eu odeio o mundo. E daí?” ah! Não posso me esquecer da famosa “Ninguém me compreende!”.
O que verdadeiramente é ruim?
 E próprio adolescente se esquece de que para ser alegre e feliz é preciso ver a vida por outro ângulo, entretanto não os culpo, pois fazer isso é difícil até mesmo para nossos pais imagina para eles que estão começando a conhecer o lado “Ruim da Vida”.
Então novamente chamo a atenção dos pais, mostrem a seus filhos a importância de limpar uma casa, lavar uma louça e arrumar ao menos a cama, é pouco, mas faz a diferença, tanto que até hoje não me esqueci quando fui morar sozinha, a sensação de limpar a primeira casa (mesmo sendo alugada), foi como se cada célula de meu corpo vibrasse e acabei entendendo o quanto a limpeza era necessária.
O que isso tem haver com Drogas?
Tem tudo, eu já fui usuária de drogas e optei por não esconder esse triste fato de minha vida que me fez tão infeliz e frustrada... Se eu não tivesse reencontrado certos valores, não preciso nem dizer o que poderia ter acontecido.
O que me impressiona hoje é justamente essa falta de valores entre os jovens que se deixam levar por sensações tão falsas que vão os consumindo aos poucos, entretanto não deixo de ter esperança neles, pois mesmo nessa época tão apática e fria a alegria e vibração de suas emoções são as mesmas.
E eu devo admitir que essa sensação tão familiar não foi diferente do meu primeiro cigarro, também não ficou longe o primeiro porre, o primeiro cigarro de maconha. Todas estas drogas trouxeram-me uma falsa felicidade que eu tinha sem grandes preocupações, sem grandes esforços e sem saber perdi algo ali e naquele tempo eu não sabia o que era. Então veio a cocaína que foi realmente a menina dos meus olhos... Oferecia-me uma sensação de poder destrutiva, sabe aquela invulnerabilidade que os adolescentes sentem?
Onde esta a graça agora.
Eu sentia 1000 vezes maior e ai veio os roubos e isso me ofendia porque o dinheiro não dava para manter o vicio, então e prostitui-me e isso doía mais ainda, pois sentia que estava perdendo algo chamado de dignidade, porém tudo isso ia embora quando eu cheirava uma carreirinha, bastava só uma para esquecer todos os valores ditos lá trás por alguns minutos de prazer, então aumentava o consumo e qual era a forma de manter fazendo as duas coisas citadas acima ou vendendo e levando de 10% a 20% da droga como pagamento. Entretanto foi nessa vida torta que descobri algo ainda pior... A mesma mentira que eu tanto sentia prazer em obter na falsa felicidade que eu tanto sentia prazer em obter por alguns minutos, mesmo que forma egoísta, pois era sentindo essa falsa alegria que proporcionava em meu ser uma angustia ainda maior, que só não foi pior porque eu ainda tive sorte de ter amigos de verdade ao quais rejeitei assim como aqueles que adulei tentando derrubar com a falsa felicidade e se não fosse uma amiga em especial que nunca desistiu de mim e sempre mostrou que essa dor desprovida do adolescente era passageira assim como a falsa felicidade.
Eu ainda a odiei por isso e admitir o quanto o olhar sóbrio e as palavras firmes dela estavam certas era ainda mais difícil de manter o equilíbrio. Conscientizar... Conscientizar...
E sabe o que foi o mais sensacional disso tudo?
Estar com os bons amigos sempre será mais gostoso.
Cruelmente eu escarrei em sua amizade, denegri seus sonhos e ainda pisei no toque de pele a pele da sensação gosta de sentar sorrir livremente como criança, sentir ima companhia de verdade que irá escutar sobre suas alegrias, tristezas, rir e chorar, descobrir o mundo, as paixões e o amor... Como é o primeiro beijo, a primeira vez...
Neguei me tudo isso ao negar a amizade dela, eu me roubei todas as sensações quando preferi esquecer os valores e abandonei ainda a casa da avó por vergonha em saber que os tinha perdido até em tão...
Sabe fé era algo estranho para mim, sempre foi e ainda o é, se há algum misterio a minha pergunta hoje foi pacialmente respondida, pois a menina que antes se drogava por não saber sentir e que tudo sentia intensamente  de alguma forma fez a mulher que entra como professora na sala de aula e luta por esses jovens que em alguns casos se apoiam nas drogas como se fosse a grande solução para tudo e sem saber se vendem por tão pouco e audaciosamente fazem pouco, por não saber lhe dar com os proprios sentimentos.
Então entra em cena minha alma adolescente que me faz querer cada vez mais e o melhor, algo comum para esses meninos e meninas, e incessantemente eu aconcelho meus jovens a encararem tudo agora de frente, pois quando o tempo passa decidir depois torna-se complicado. E eu digo isso porque quando eu resolvi me depara com todos os meus tristes atos como roubos e prostituição, aos quais toda vez que eu parava e tomava cosciência do que eu tinha feito com minha vida  eu chorava, pois como eu podia ter feito tudo isso eu que tinha sido neta daquela senhora tão adimiravel que ensinou valores tão preciosos aos netos...
Como negar a si mesmo com algo tão exuberante.
O que me difere hoje do que fui é que primeiro aprecio cada momento buscando nos minimos detalhes o que faz a vida ser vida e valer realmente apena e melhor do que qualquer droga, ou seja, em vez de beber para ficar alegrinha, simplemente aproveito a companhia de meus familiares, amigos e alunos. Não preciso mais fumar um baseado para encontrar paz, basta ver o por-do-sol ou mesmo estar do lado daqueles que eu amo e que também me amam muito. E também já não preciso mais cheirar uma carreirinha pra sentir aquela sensação de poder, basta que eu conti uma historia ou fale de alguma leitura que fiz e naturalmente gostei.
Entretanto o que fiz de melhor foi buscar um sentido em tudo, e também em ser útil, busquei viver bem enfim só há uma coisa que me arrependo hoje e é algo simples que me arrependo é de ter calado tudo o que senti e ao calar o tempo levou um pedaço da minha vida que não volta, no entanto não lamento mais nada, pois tudo o que tenho que fazer é reaprender a viver a cada dia.
Sugestão essa que deixo para todos, porém não como lição, mas sim como reflexão.

Professora Vanessa Oliveira.