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ESCOLA ESTADUAL MÁRIO SPINELLI

quarta-feira, 5 de maio de 2010

145 anos do nascimento de Cândido Mariano da Silva Rondon




145 anos do nascimento de Cândido Mariano da Silva Rondon ilustre personalidade brasileira
Professora Ma. Zenilda Lopes Ribeiro



Rondon como é chamado, nasceu a 5 de maio de 1865, em Mimoso, ex-Sesmaria do Morro Grande (MT). Filho de Cândido Mariano da Silva e de Claudina de Freitas Evangelista. Seus pais morreram cedo, deixando-o órfão. Foi criado por seu avô materno João Lucas Evangelista. O sobrenome RONDON foi acrescido mais tarde em homenagem a sua avó paterna, Maria Rosa da Silva Rondon e seu tio Manuel Rodrigues da Silva Rondon, seu tutor, que o acolheu e o instruiu nos primeiros estudos realizado em Cuiabá.
Seus estudos superiores foram cursados no Rio de Janeiro, junto à Escola Militar da Praia Vermelha, formando-se Engenheiro Militar. Foi aluno de Benjamim Constant Botelho de Magalhães, com quem estudou matemática. Depois de formado, voltou para Cuiabá, onde ocupou o cargo de Inspetor de Fronteiras e também chefe da comissão telegráfica.
Tendo recebido uma formação militar de cunho positivista, Rondon vislumbrou a possibilidade de, nesse trabalho de expansão das comunicações telegráficas, reconhecer o território nacional em sua faixa amazônica e, sobretudo, incorporar os índios à sociedade, seja através de contatos amistosos ou como trabalhadores da Comissão.
Seu trabalho junto aos índios tinha como lema “morrer se preciso for, matar jamais”. Como descendente de índios, reconheceu o valor de seus antepassados e não esqueceu suas raízes, mesmo quando galgava o mais alto posto militar. Pensou em criar um organismo para proteger os índios e outras comunidades do sertão. Desta forma criou em 1910 o Serviço de Proteção aos Índios e Localização de Trabalhadores Nacionais (SPILTN), e em 1930, este organismo foi transformado no Serviço de Proteção ao Índio (SPI) e, mais tarde, na Fundação Nacional do Índio (FUNAI).
Cândido Rondon foi um homem além de seu tempo, além dos indígenas, sua preocupação também se voltava para a população pobre, não índia, que habitava o interior brasileiro, composta de sertanejos, caipiras e ribeirinhos. De família pobre e educado com modéstia aprendeu desde cedo a valorizar as pequenas coisas e a natureza. Criado nos primeiros tempos no Pantanal aprendeu a cavalgar e a lidar com os animais e compreender os valores e as dificuldades vividas, longe das cidades.
Foi acusado de dilapidador dos cofres públicos, ao instalar linhas telegráficas pelos sertões de Mato Grosso. Imagine como era difícil para ele chefiar comissões neste sertão e ter sob seu jugo vários homens. Numa expedição chegou a comandar 150 homens. Como deveria ser complicado manter estes homens longe das índias quando chegava a alguma aldeia, provavelmente, deveria haver algum dissidente que não aceitava suas ordens.
Rondon não instalou apenas linhas telegráficas. Para realizar os trabalhos telegráficos, montou uma Expedição composta de botânicos, médicos, engenheiros, desenhistas, sanitaristas, fotógrafos e topógrafos que na medida que avançavam no interior do território mato-grossense e amazônico, recolhiam e estudavam plantas, animais, reconheciam e descreviam rios, construíam pontes, assim como estudavam a população.
Primeiro brasileiro indicado ao Nobel da Paz, teve duas indicações, acompanhou o ex-presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt, numa expedição para Amazônia, entre os anos de 1913 e 1914, na viagem que ficou conhecida como Expedição Roosevelt. O fato de navegar por dias seguidos no rio da Dúvida, este passou a ser chamado mais tarde de rio Roosevelt, localizado no noroeste de Mato Grosso, bacia hidrográfica do rio Tapajós.
A Comissão Rondon deixou, para comunidade científica nacional, um manancial de trabalhos essenciais para o conhecimento da realidade brasileira. Suas pesquisas e os objetos, plantas e animais estão expostos no Museu Nacional (Rio de Janeiro), organismo público responsável pela guarda do material etnográfico e botânico recolhido pela comissão.
As homenagens a Rondon são várias: o Museu do Índio do Rio Janeiro, traz uma escultura com o busto de Rondon na entrada do edifício. Em Mato Grosso, o museu do índio, leva o nome de Museu Rondon, o aeroporto da cidade de Várzea Grande (Aeroporto Marechal Rondon); Universidade Privada de Mato Grosso UNIRONDON; o território do Guaporé, ao estadualizar adquiriu o nome de estado de Rondônia, Rondonópolis e Rondolândia municípios mato-grossenses também tem nome como radical em sua homenagem. Até o estado do Paraná tem um município com o nome de Marechal Cândido Rondon. Os nomes de ruas em sua homenagem são inúmeros.
Patrono das comunicações, Cândido Mariano da Silva Rondon, não é apenas uma personalidade ilustre de Mato Grosso, mas tem representatividade em todo Brasil, como alguém que contribuiu muito para a história, geografia e a biologia e interligou Mato Grosso ao resto do País.

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